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'The world is a book and those who do not travel read only one page.' St. Augustine

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

NOOSA

Noosa Heads. Uma das principais cidades da região de Noosa, em Sunshine Coast, no leste da Austrália.   

Tranquila, cheia de lojinhas fofas, muitas crianças, praias maravilhosas, cafés e bistrôs de frente pro mar, um verdadeiro charme. 

Main Beach, Noosa Heads

Gift Shop, Nossa Heads
  
Me sentindo mais do que abençoada, hospedada na casa da família que conheci em Fiji, estou tendo uma experiência bem local por aqui.

Matt  “o pai” cineasta, diz não precisar de mais nada nessa vida, segundo ele, os seus objetivos de casar com uma mulher que lhe amasse, ter seus filhos, trabalhar com cinema e morar ao lado do mar, já foram atingidos.

Quase todos os dias bem cedo, ele leva os meninos Beau e Leo (7 e 2 anos) até a praia. Beau é praticamente um peixe, ama a água e já pega altas ondas. Leo é esse mini homenzinho cheio de vontades e bastante exigente. Keysha (12), a adolescente da casa, faz aula de canto, teatro, recentemente começou a tocar piano e detesta fazer lição de casa.

Após o café da manhã e o banho "coletivo", com direito a competição de quem tira a roupa primeiro (entre os pequenos é claro), Matt sai para trabalhar e as crianças escolhem a fruta e o suco que querem levar para o lanche e vão para a escola.

Georgia “a mãe” vive para os filhos, e pro marido, e parece estar bem confortável e feliz com isso. Enquanto estão todos estudando ela também tem os seus momentos. Costuma se reunir com as amigas para tomar café, faz aulas de tênis e quase diariamente pratica stand up paddle no Noosa River. 

Me lembro que quando nos conhecemos em Fiji perguntei o que ela fazia, e ela me disse: “Bem, eu sou mãe”. Seu tom de voz e a forma como falou me chamaram atenção, praticamente atribuindo as tarefas mais difíceis do mundo à tal "profissão".

Sinceramente, não imaginava o trabalho que 3 filhos, uma casa e um marido podiam dar (lembrando que por aqui não existem babás, cozinheiras, empregadas, plantonistas, enfermeiras, secretárias e etc), chega a ser engraçado. 

A situação é gerenciável, pelo menos na maioria dos momentos, mas pra fazer bem feito, segundo a Georgia, é preciso muita energia, dedicação e principalmente paciência, caso contrário seria BEM mais fácil arrumar um emprego ou abrir um negócio, interessante né? Tipo “bem mais fácil arrumar um emprego”, enfim.

Privilegiados os Australianos moradores da cidade de Noosa, que podem trabalhar no que amam, que praticam seus hobbies, que são simplesmente “mãe”, que deixam seus filhos brincando no jardim na frente de casa com a porta aberta, que fazem churrasco no quintal e discutem sobre o jogo de futebol com os vizinhos, que não precisam de salários milionários, que priorizam a compra do sofá para a sala da família ao invés do computador novo, que tem educação (incluindo ballet, natação, aula de canto e teatro) e saúde gratuita e que não se sentem afrontados ao pagar os impostos... por enquanto é isso que tenho a dizer. 

Leo brincando no Noosa River.
Saudades.
Beijos, Li.



Obs: Escrevendo da minha cama no cantinho montado com muito amor e carinho na garagem da casa.

Meu cantinho!



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